15/06/2011

Por que eu odeio o RH - Você S.A.

Qualquer semelhança nesta matéria, escrita em 2005, com algumas empresas instaladas em Brasília, é mera coincidência...

O QUE APRENDER COM 8 GRANDES GURUS DA GESTÃO - Revista Exame

As ideias que os executivos não podem esquecer de alguns dos mais importantes especialistas do mundo dos negócios.

Tom Peters: pessoas são o mais importante
O clichê não surgiu à toa. Sem medo de ser óbvio, Tom Peters é enfático ao dizer que as pessoas são o que a empresa tem de mais valioso. Sejam clientes ou funcionários, o guru chama a atenção para a necessidade de sempre manter o respeito e a cordialidade para com os outros, pois são eles os responsáveis pelo crescimento dos lucros e pela manutenção dos negócios.

Saber se comunicar dentro da companhia, estabelecer uma boa relação entre chefes e empregados, pedir desculpas, agradecer, e manter contato com parceiros e fornecedores são algumas das lições mais importantes do especialista. Quando se fala de pessoas, não podem ficar de fora as preocupações com a busca ininterrupta e obcecada dos melhores profissionais, já que é deles que os melhores frutos vão sair.


Jim Collins: 10 passos para começar na próxima semana
Sucessor do guru Peter Drucker, Jim Collins não tem medo de colocar o dedo na cara dos empresários e dizer que são as empresas as causadoras de seu próprio declínio. Sem querer dar receita de bolo, ele estabelece 10 passos para gestores e companhias que estão dispostos a evitar esse fim. Confira:

1) Diagnostique a situação da empresa para saber onde pode melhorar
2) Pergunte a si mesmo: quantos cargos-chave estão nas mãos das pessoas certas?
3) Crie um conselho de administração pessoal, que ajude a entender o que está certo e errado
4) Duplique as perguntas e afirme menos, isso é sinal de liderança
5) Na próxima reunião, faça um inventário dos fatos “brutais” da empresa, os mais difíceis de se encarar
6) Descubra, perguntando a si e aos outros, qual é o seu motor e o da organização
7) Seja disciplinado e faça uma lista do que precisa parar de fazer
8) Desligue seus dispositivos eletrônicos por um dia, toda semana, para fazer uma reflexão disciplinada
9) Esclareça seus valores, questione suas práticas e repasse para os mais jovens
10) Estabeleça metas audaciosas e cabeludas para os próximos anos. Tenha sonhos.

C.K. Prahalad: o legado da base da pirâmide
O guru C.K. Prahalad morreu em abril de 2010, com o sonho de que, no futuro, não houvesse mais diferenciação entre produtos para ricos e pobres. Essa realidade ainda está longe de acontecer, mas o conhecimento deixado por ele sobre a chamada base da pirâmide pode ajudar a realizar esse sonho. Quando o mundo ainda não sabia do potencial das classes C, D e E, Prahalad lançou a ideia de que é possível lucrar com esse público e, ao mesmo tempo, ajudar a combater a pobreza.

O conceito, que hoje já é mais aceito pelas empresas, tem por base a criação de produtos e serviços destinados a esse segmento, com qualidade e preços acessíveis, e, simultaneamente, a oferta de empregos a essas pessoas nos processos de produção e distribuição dos mesmo produtos. Essa dinâmica lançada por Prahalad pode gerar crescimento econômico da empresa, trabalho e ascensão social das classes que, hoje, representam 80% da população do país.

Michael Porter: RH é o primeiro passo da boa estratégia
Mesmo criado na década de 80 por Michael Porter, o modelo das cinco forças (ameaça de produtos substitutos, poder de barganha dos clientes, ameaça de novos entrantes e poder de barganha dos fornecedores em torno da rivalidade entre concorrentes) continua atual. Para evitar o desgaste causado por esses desafios, o guru da estratégia afirma que a prioridade de uma empresa não deve ser ficar em primeiro lugar, mas ser a única do mercado. E, segundo ele, o instrumento mais eficaz para cumprir essa meta é o departamento de recursos humanos.

Isso porque só contratando as pessoas certas para os lugares certos, é que uma companhia pode compreender a estratégia e tirá-la do papel. Com os funcionários indicados para cumprir os planos da empresa, o próximo passo é entender que o objetivo principal de uma organização não deve ser crescer sempre, mas ter um retorno positivo sobre o investimento. A estrutura do setor precisa ser bem conhecida para não haver surpresas ruins e, finalmente, é preciso reconhecer que não se pode agradar a todos. Faz parte da estratégia definir o que não pode ser feito, os públicos que não serão contemplados.


Robert Cialdini: como influenciar sem manipular
A influência é parte importante no processo de negociação, mas não pode ser confundida com a manipulação, seu lado mais perverso. O especialista na área de persuasão Robert Cialdini escolheu seis princípios para as empresas compreenderem melhor a arte de influenciar pessoas, sem se deixar levar pela tentação de manipular:

1) Reciprocidade. Dê algo primeiro (informação ou benefício), pois as pessoas vão gostar e, depois, vão querer retribuir
2) Escassez. Tenha recursos exclusivos e divulgue-os, pois as pessoas gostam mais do que é raro ou escasso
3) Comprometimento. As pessoas tendem a tomar decisões de forma coerente com o que fizeram antes. Por isso, conhecer seu “histórico” ajuda a antecipar decisões
4) Apreciação. Mostrar semelhanças e afinidades entre as partes ajuda na aceitação das propostas e no fechamento do negócio
5) Autoridade. Não basta ser, tem que dizer. Deixar claro que é um especialista sobre o assunto em questão é uma artimanha eficaz para persuadir
6) Aprovação social. É importante conhecer as ações coletivas mais comuns, já que as pessoas tomam as decisões alheias como base para suas próprias ações.


Vijay Govindarajan: para inovar, o segredo é executar
O ponto-chave da estratégia no processo de inovação não é ter ideias. Para o indiano Vijay Govindarajan, fazer o famoso brainstorming é a parte mais fácil, duro mesmo é executar as propostas feitas. Além da disposição para mudar, tirar projetos do papel demanda dinheiro, estrutura e equipe bem preparada, elementos que nem sempre estão à disposição em uma empresa que sabe que é preciso inovar, mas está presa demais à tradição.

Na execução, o guru recomenda às empresas dois passos imprescindíveis: o primeiro é ter um grupo de inovação separado, para que possa realmente “pensar fora da caixa”. O segundo aspecto importante é não deixar que essa equipe se desprenda demais da companhia, para não perder o foco, apesar de sua independência. Segundo Govindarajan, não é o dinheiro que faz as empresas empacarem nesse processo, mas a dificuldade de compreender que crescer implica em mudar.


Renée Mauborgne: inovar não é o bastante
Uma empresa inovadora não é sinônimo de uma empresa bem-sucedida. Essa é uma das ideias mais importantes da estratégia do Oceano Azul, elaborada por Renée Mauborgne e W. Chan Kim. Se a empresa quer sair do chamado oceano vermelho, repleto de concorrência acirrada e agressividade, e entrar no oceano azul, com um mercado farto e inexplorado, é preciso saber bem as necessidades do público e deixar de lado a inovação pela inovação.

Segundo Mauborgne, um produto novo deve abrir portas para um mercado também novo, para que a companhia consiga fugir da concorrência e disparar na frente. Nesse processo, a criatividade tem seu papel, mas não é tudo. Com uma boa estratégia, disposição para mudar e abertura para novas ideias, é possível criar inovações de valor que consigam trazer oceanos azuis. Não importa o setor ou o porte da companhia, ela garante que sempre há algum espaço ainda inexplorado.

Francis Gouillart: colaborar é melhor do que competir
Diferentemente de Renée Mauborgne, da estratégia do Oceano azul, Francis Gouillart não acha que a melhor maneira de ter sucesso é se isolar dos concorrentes. Pelo contrário, quanto mais interação com outras empresas, inclusive competidores, pesquisadores e clientes, melhor. O especialista, que guiou sua carreira fazendo parcerias com vários outros autores – inclusive a própria Mauborgne -, considera que a cocriação vai além da interação com o cliente.

Antes, ele afirma que é necessário redefinir a interação com todos os integrantes da companhia. Funcionários precisam estar em sintonia com a cultura da colaboração. Depois, as parcerias devem evoluir para parceiros, fornecedores, vendedores e outras empresas e instituições que têm algo a acrescentar ao trabalho. Só aí, quando todos esses grupos já estiverem engajados com o processo cocriativo, a empresa poderá partir para o nível do cliente, para compreender melhor o que ele precisa e como precisa.

14/06/2011

A SAGA DO DEMITIDO | Por: Laerte Leite Cordeiro

Foi numa sexta-feira
Ao final do expediente
Que a secretária avisou
- O Diretor o chama, é urgente!

Pensei logo no Plano
De Metas pro ano que vem
Na certa é o aplauso do Chefe
Prá quem trabalhou tão bem.

O Diretor, educado,
Com um café me brindou
Mas foi direto ao assunto,
- Seu tempo conosco acabou!

Lamentou profundamente
Mas nada podia fazer
- A decisão vem de cima,
Só me resta obedecer!

Voltei para minha sala
Nem sei como lá cheguei
E com medo, mágoa e raiva,
Sentei na cadeira e chorei!

Passado o primeiro choque
Pouco a pouco revivi
E sozinho com minha dor
Sobre tudo refleti

Prata-da-Casa eu me via,
Há 15 anos ou mais
Uma carreira ascendente,
Dos melhores profissionais

Foi quando então a Empresa
Pela sua Consultoria
Trouxe em muito má hora,
A tal Reengenharia

Funções foram extintas
O organograma encolheu
Os processos mudaram
E a burocracia morreu

Os salários mais altos
E os cargos gerenciais
Muitos foram prá rua
Tudo sem volta, jamais!

Agora até eu demitido
Por culpa, é claro, da Empresa
Que nunca me cobrou nada
E me faz uma tal surpresa

__________

E fui refletindo, pensando,
Até que afinal me ocorreu
Foi só a Empresa culpada
Ou culpado fui também eu?

Será que foi o Inglês
do qual nunca quis saber
Que limitou minhas chances
E o emprego me fez perder?

Ou terá sido o desprezo
Medo, quase pavor
Daquela máquina burra
Chamada Computador?

E os cursos oferecidos
Dos quais sempre escapei
Seria por falta deles
Que na rua acabei?

Não, razão maior do que todas
Foi a simples constatação
De que fiquei no passado
Fugi da renovação

Somos ambos culpados
A Empresa assim como Eu
Por não evitarmos a tempo
O que afinal ocorreu

Enfim, agora já é tarde
Não há mais o que fazer
É levantar a cabeça
E continuar a viver

Vou contar com a família
Que saberá me ajudar
E partirei logo em busca
De ao sol um melhor lugar

E ao terminar estes versos
Da Saga do Demitido
Ofereço dois simples conselhos
Que, espero, façam sentido

A Você, Executivo,
Com toda sinceridade
Mantenha sempre no alto
Sua empregabilidade

E prá Você, ó Empresa
Me cabe recomendar
Acompanhe de perto seu time
Prá não ter que dispensar

13/06/2011

Peter Druker

Toda empresa precisa se tornar uma instituição que aprende. Ela também precisa se tornar uma instituição de ensino.

07/06/2011

Existe um país chamado RH

Nele "mora" um povo especial: legisladores, educadores, técnicos, gente que cuida do pessoal.

Gente que recruta, seleciona e contrata, também paga, desconta e aposenta.

Povo que cuida da saúde, do alimento, providencia o transporte, cuida de quem bebe, de quem fuma, de quem tem problemas e pendências.

Povo que treina, desenvolve e recicla, que briga pelo salário e pelo benefício, conversa com o sindicato e com a direção.

Fiel da balança entre o Capital e o Trabalho.

Cuida de um, pensando no outro.

Gente que apesar de tanta função, prática e burocrática, sonha e procura conectar a alma das pessoas, "reinventar" a motivação, resgatar o brilho no olhar, gente que acredita no ser humano e garimpam talentos.

Seu grande desafio é fazer o concreto e sonhar com o abstrato, receber na chegada e desligar na saída, satisfazer o empregado e o patrão, "um olho na missa e o outro no padre", tempo para educar e tempo para punir.

Plural e Singular.

A sina do RH é atuar na contradição, "ser empregado esquecendo que o é, ser patrão lembrando que não o é".

Chamam este País e seu povo de Recursos Humanos, alguns dizem que chamar o homem de "recurso" não pega bem, inventaram Departamento de Gente, Setor de Pessoas, Gestão de Pessoas, nomenclaturas onde o que conta são as posturas.

Polêmicas e contradições à parte, eu sei que para ser RH é preciso vocação, trabalhar como missão, exercer o oficio com sensibilidade e razão. Ter nervos de aço, ser a régua e o compasso.